O mundo mudou tão rápido que ainda não deu tempo de perceber que não
retornaremos mais para a vida que tínhamos meses atrás. E prova disso é como a economia
já começa a se adaptar às novas necessidades da humanidade, refletindo o
surgimento de mudanças que deverão vigorar no mercado a partir de um novo
cenário internacional.
O primeiro segmento a sentir o impacto é o de luxo. A Condé Nast, multinacional
de edições de revistas, vem sentido abalos desde
2008, mas agora parece chegar com mais força em um dos seus principais produtos, a Vogue América. Embora a revista de moda seja
a publicação americana mais lucrativa do grupo, a edição depende quase que inteiramente
de anúncios —
e o vestuário é o setor mais atingido da indústria no
momento.
O segundo, talvez, seja o de entretenimento e cultura. Por enquanto, nós
devemos esquecer o modo como consumíamos música e frequentávamos o cinema. Outros
espetáculos, que reuniam milhares de pessoas em um único espaço, deverão permanecer
por um tempo no ostracismo.
Por outro lado, os serviços de streaming registraram aumentos dos lucros
no último trimestre. A Netflix somou em lucro líquido nesses últimos três meses
US$ 709,1 milhões. A empresa de streaming adicionou quase 7 milhões de assinantes
na região que inclui Europa e Oriente Médio; 3.6 milhões na Ásia e 2,9 milhões
na América Latina.
Na telinha ou na telona (se você possui uma smart TV digna de home
theater), até os
heróis vem mudando de traje – surgindo em histórias reais e deixado a ficção um
pouco de lado. Eles trocaram suas capas e escudos por jalecos e prontuários.
Nossos heróis passaram a combater um inimigo invisível que pode ser letal – o novo
coronavírus.
A pandemia de Covid-19 nos fez nos fez enxergar o que é essencial a nós
como sociedade. A importância da ciência, por sua vez, ganhou mais evidência em
um novo contexto, assim quem depende dela para salvar vidas.
Bia Carvalho, enfermeira com especializações, estudante do quarto ano de
medicina em uma universidade no Paraguai e integrante da equipe de checagem na
cobertura da Jussi Up
da pandemia do novo coronavírus, representa milhares de enfermeiros e
enfermeiras que atuam longe das suas famílias nas trincheiras de uma guerra injusta
e perversa.
Nesta terça-feira, 12 de maio, é comemorado o Dia Internacional da Enfermagem
– dia que também marca uma época em que milhares de profissionais passam por
uma missão no front de uma batalha para salvar vidas. Bia Carvalho cruza diariamente a fronteira entre o
Brasil e o Paraguai para poder trabalhar.
Apesar da colaboradora da Jussi Up não atuar neste momento em uma UTI com pacientes entre a vida e a morte,
Bia Carvalho está preparada para atuar da linha de frente do combate à
Covid-19 e faz treinamentos para lidar com a doença.
“Eu acredito que ver tudo o que está acontecendo ao meu redor e ficar de
mãos atadas é ruim. É importante para mim poder lutar e abraçar a causa porque
sou enfermeira de formação. Incomodava bastante não estar à frente disso tudo
para ajudar meus colegas, a população e meu familiares, ainda que de uma forma
indireta”, disse Bia Carvalho, que trabalha como enfermeira em um hospital no Brasil.
Destemida, ela comenta que o medo está presente por temer contaminar
alguém. “Ao voltar para casa, por saber que eu tenho um marido. Eu acredito que
mais do que medo, a gente se sinta responsável também por essas vidas”.
Para a estudante de medicina, o que mais assusta na crise de saúde que o
mundo enfrenta é “ver como o vírus se propaga tão rapidamente, ver a quantidade
de profissionais infectados e de outros que morrem”.
Longe da família, Bia diz que “as emoções se tornam mais aguçadas” neste
período de ineditismo, além de acreditar que sua presença poderia ser
necessária em algum momento e arremata: “eu só tenho fé de que tudo vai ficar bem”.
Bia ainda teme que os avós se infectem assim como outros familiares que
atuam na área da saúde. No entanto, como uma profissional de saúde, ela diz que
voltar a trabalhar como enfermeira é “muito gratificante; hoje eu me sinto
muito mais feliz do que no período em que eu estava fora da enfermagem devido o
curso de medicina” finalizou.