Música, conterrâneos e tradição: a receita do São João de Jussiape e os seus erros e acertos
Ohara Ravick comanda os vocais do grupo Menina Forrozeira no São João de Jussiape Foto: Will Assunção/JUP
A maior festa cultural de Jussiape, o São João, tem o
poder de reafirmar tradições, reunir conterrâneos e levar entretenimento à
população, que vê junho como o mês mais esperado do ano. Em 2017, houve um
estranhamento por parte de quem acompanhou a chegada dos festejos juninos: apreensão
pela incerteza de que haveria a festa e a demora na divulgação da programação e
das atrações que se apresentariam no palco desta edição.
Por outro lado, o tradicional Arraiá Fazenda do Gado,
palco da festa, na Praça Rodrigo Alves Teixeira, centro da cidade, se transformou
em um cenário rico em detalhes, fruto de uma ornamentação fiel às traições do
Nordeste brasileiro- o que fez com que o São João ganhasse fôlego e animasse o
público, horas antes da festa, após encher os olhos de quem passasse pelo local
com a composição do Arraiá.
Entre erros e acertos, o primeiro São João da gestão
Éder evidenciou questionamentos sobre o formato da festa e a necessidade da participação
de atores da cultura municipal. Ao passo em que o governo municipal pretende
fazer uma festa cada vez mais voltada às tradições e, desse modo, resgatar a
identidade da população, ironicamente, em 2017, as tradicionais quadrilhas
juninas ficaram de fora do Arraiá.
DIVULGAÇÃO
A demora em divulgar a programação e o line up do São
João foi provavelmente o maior pecado da organização da edição de 2017. Na
metade do mês de junho, o público ainda não sabia se a festa iria acontecer e a
Prefeitura demorou em se posicionar sobre os festejos. Muitos turistas e
visitantes que tinham Jussiape como o destino para as férias de junho
desistiram e trocaram por outros lugares, como Mucugê e demais cidades da
Chapada Diamantina que já haviam planejado a festa.
LINE UP
O palco 2017 foi eclético. Artistas levaram ao público
sucessos do baião de Luiz Gonzaga, transitando pelo forró dançante e animado de
bandas dos anos 90, a hits do mainstream que vigora atualmente. Embora, animado,
faltou no palco deste ano mais forró pé de serra. Mais sanfona. Mais zabumba.
Mais triângulo. Foi sentida a falta de ritmos mais legítimos à festa de São
João.
HORÁRIOS
Com horários flutuantes, a festa não seguiu o
cronograma divulgado pela organização. Os atrasos dos shows ultrapassaram 30 min
durante os três dias da festa, chegando a fazer o público esperar até 1h30 para
o início dos shows. No entanto o tempo de revezamento de palco entre os
artistas foi curto. O que fez com que o público permanecesse na Praça não
desanimasse com o frio.
ORNAMENTAÇÃO
O tradicional Arraiá Fazenda do Gado, palco dos
festejos juninos, na Praça Rodrigo Alves Teixeira, centro da cidade, ganhou vida
timidamente até se transformar em um cenário rico em detalhes, fruto de uma
ornamentação fiel às traições do Nordeste brasileiro. Horas antes da festa, o
São João ganhou fôlego e o público se animou após encher os olhos com a
caprichosa composição do Arraiá.
PROGRAMAÇÃO
A organização poderia aproveitar que o Arraiá atraiu
muita gente durante o dia e ter promovido brincadeiras e outras manifestações típicas
da festa, como as quadrilhas juninas, que ficaram de fora da programação este
ano. Quem sabe se arriscar em abrir espaço para sanfoneiros se apresentarem à
tarde para o público que transita pelo Arraiá.
IMPRENSA
A imprensa foi atendida de forma satisfatória. As
informações sobre a festa eram repassadas à Jussi Up Press de forma ágil e
clara, embora não houvesse um canal oficial, ou um profissional responsável
para lidar com os poucos repórteres e jornalistas que estavam cobrindo o evento.
SEGURANÇA
Os três dias da festa de São João seguiram tranquilos
e a imprensa não registrou nenhuma confusão que tenha desencadeado maiores
transtornos. Havia policiamento pela Rodrigo Alves Teixeira, palco das festas,
e o fluxo de pessoas pela Praça seguia tranquilamente durante as noites.